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Fases de desenvolvimento de uma startup

estrada-do-empreendedorismoNum mercado global em constante transformação é cada vez mais raro encontrar um posto laboral para a vida, por isso, muitas são as pessoas que escolhem enveredar por um caminho diferente e criar o seu próprio emprego para assumirem o controlo da sua carreira. É desta forma que diariamente nascem milhares de empresas em todo o mundo, parte delas enquadradas no perfil das denominadas startups, pequenos negócios iniciados a partir de uma ideia que concretizada se torna fonte de rendimento parcial ou total de um compacto grupo de profissionais.

O presente artigo explora o lado mais administrativo do tema através da enumeração e breve explicação das principais fases de desenvolvimento de uma startup. Pretende-se, assim, com o corrente texto contribuir para uma melhor compreensão de um fenómeno que culminará com a evolução para um modelo de pequena e média empresa (PME) que poderá eventualmente originar algo mais como, aliás, se tem verificado em tantos casos.

Se deseja entrar no círculo empresarial das startups ou simplesmente tomar conhecimento das etapas que aquelas usualmente têm de cumprir dê uma leitura ao próximo segmento textual e fique informado acerca dos aspectos fundamentais relativos a este assunto. Para um olhar mais aprofundado sobre tópicos específicos consulte as secções dedicadas do nosso site e, claro, outras fontes bibliográficas.

Estudo de mercado

O melhor ponto de partida é sempre a paixão nutrida pelo projecto iniciado, no entanto, esse é um benefício que pode surgir na sequência do desenvolvimento do negócio e não apenas de princípio. Por isso, e apesar de ser uma vantagem desde logo, algumas startups são iniciadas por necessidade, não correspondendo propriamente à concretização do maior sonho dos seus impulsionadores. Contudo, a seu tempo muitas opiniões mudam por força das circunstâncias ou do novo prisma através do qual se encaram as questões como, de resto, sucede em boa parte das startups criadas tendo em vista pôr fim a uma situação de instabilidade laboral.

Esclarecida a importância de gostar do que se começa, convém frisar que independentemente disso é essencial analisar as possibilidades da ideia de negócio ser viável, realizando para tal um estudo de mercado, mais ou menos formal, que permita avaliar a probabilidade de sucesso do projecto. Essa investigação poderá orientar-se para antever a receptividade e oportunidade de viabilidade económica daquele ou inclusive detectar eventuais tendências do público-alvo que possam vir a ser úteis para melhorar os resultados comerciais no futuro.

Objectivo: estudar a viabilidade do projecto e compreender o target primário

Planeamento estratégico

Intimamente ligada à fase anterior por dever incluir as conclusões retiradas dos elementos a partir daquela extraídos, o planeamento estratégico é uma etapa absolutamente determinante e com potencial de erguer ou destruir um negócio dependendo da sua eficácia. Sendo executado de forma descuidada ou irrealista deturpará completamente o seu propósito mas se efectuado de acordo com uma metodologia empresarial de parâmetros cuidadosamente ajustados à realidade de cada startup irá assumir-se como uma ferramenta vital para levar o projecto a bom porto nos seus diversos estágios de desenvolvimento.

Na definição da estratégia inicial devem ser tidos em conta aspectos decisivos como o plano de marketing e de custos, além do óbvio delinear do percurso a seguir a curto e médio prazo, aconselhando-se ainda que no planeamento estratégico estejam já mencionadas sugestões de parcerias que mais tarde possam ser estabelecidas consoante a evolução negócio. Este traçado de rota não assenta, todavia, em rígidos caminhos a pisar, devendo antes ser um guia passível de sofrer modificações caso isso se justifique, uma vez que a flexibilidade, capacidades de aprendizagem e de adaptação são imprescindíveis para a sobrevivência de uma startup nos primeiros anos de actividade.

Objectivo: planear a abordagem ao mercado e a continuidade sustentável do projecto

Captação de financiamento

Se porventura não houver capitais próprios suficientes para concretizar a ideia de negócio será necessário recorrer a um financiamento adicional em montante previamente estabelecido, o que se recomenda na maioria das situações, ou no valor que se consiga obter. Para tal existem os comuns empréstimos bancários, estatais e, embora mais escasso em Portugal, o capital de risco, alternativas às quais se juntou recentemente o (mais favorável) financiamento colectivo (crowdfunding) que, no entanto, não se coaduna com os desígnios de qualquer startup.

É importante haver uma noção tão precisa quanto possível dos custos nesta fase de captação de recursos financeiros, pelo que é crucial utilizar os dados recolhidos nos estágios anteriores, nomeadamente no planeamento estratégico, pois dificilmente um investidor colocará o seu dinheiro num projecto sobre o qual não possua os elementos que lhe permitam realizar uma análise dos riscos associados ao mesmo.

Independentemente do tipo de financiador/es escolhido/s, apresentar sucinta e claramente a ideia de negócio de uma forma interessante mas informativamente substanciada é vital para cativar investidores, logo, dedicar tempo e reflexão à preparação do discurso de apresentação é indispensável, porque se essa exposição correr mal, as hipóteses de captar investimento diminuem consideravelmente. Esta máxima será também aplicável caso no futuro se precise de novos financiamentos para expandir os horizontes do negócio. Por isso, tê-la em mente é fundamental.

Objectivo: financiar o início do projecto

Arranque de negócio

Esta fase de desenvolvimento de uma startup é porventura a mais prazerosa e aguardada pelos seus criadores mas isso não significa que seja menos trabalhosa, antes pelo contrário. É deste momento em diante que tudo se tem a provar ao mundo, o momento a partir do qual não há ponto de retorno e que marcará o princípio de uma jornada tudo menos simples. O empenho tem de ser redobrado e todos os esforços orientados no sentido de garantir o sucesso da ideia na prática, ou seja, confirmar que o projecto foi uma aposta ganha.

Vale a pena sublinhar o facto de por vezes haver necessidade de realinhar estratégias e ajustar o negócio à realidade do presente sempre que tal se justifique. Neste âmbito, (res)surge a já referida importância de criar um planeamento dotado de flexibilidade para que exista espaço de o adaptar aos desafios que o tecido empresarial tem de enfrentar na economia de hoje.

Um bom investimento ao nível do networking representará grande valor para alargar o leque de clientes, parceiros e conhecimentos na respectiva área de actuação. Essa criação de uma rede de contactos mais informais deverá ser complementada pelo relacionamento estratégico, variante mais dedicada ao estabelecimento de conexões dentro dos círculos profissionais.

Objectivo: entrar no mercado e nele fortalecer o seu lugar

Expansão

Se o projecto chegou à corrente fase já terá atingido estatuto próprio e a experiência entretanto adquirida será mais do que suficiente para que se tenha noção exacta do que fazer em seguida. Concluído com sucesso o trajecto que guiou o negócio até esta meta, estão ultrapassadas as dificuldades iniciais, a que correspondem algumas das maiores barreiras que se enfrentarão neste percurso, sendo agora altura de aplicar todos os conhecimentos absorvidos e colocar em marcha o próximo estágio, definir novos objectivos e planear a melhor forma de os alcançar.

Ampliar a natureza de um qualquer projecto implicará naturalmente replicar passos dados em períodos anteriores, designadamente no planeamento estratégico e captação de investimento, ainda que em moldes diferentes na óptica da dimensão. Porém, os pressupostos base mantêm-se iguais, apenas adaptados aos desafios futuros.

Objectivo: expandir os horizontes fazendo crescer o negócio